Lidar com uma doença na família não é nada fácil, mas algumas patologias parecem ter um peso maior quando as descobrimos dentro da nossa casa. No caso de um idoso com alzheimer o sofrimento aumenta pelo amor que temos com quem recebeu o diagnóstico e também porque começamos a sofrer por antecipação a partir dos relatos que ouvimos de outras pessoas que enfrentaram situações semelhantes.
A doença de Alzheimer (Alois Alzheimer, neurologista alemão que primeiro descreveu essa patologia) provoca progressiva e inexorável deterioração das funções cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio.
Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% com mais de 85 anos podem apresentar algum sintoma dessa enfermidade e são inúmeros os casos que evoluem para demência. Feito o diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de oito a 10 anos.
Por: Dr. Drauzio Varella
Dividimos essa doença em 3 estágios: inicial, moderado e avançado.
Na fase inicial de um idoso com Alzheimer, é importante que a família pesquise sobre a doença, conversem entre si para definirem quem será a pessoa (ou as pessoas) que possuem uma agenda mais flexível para acompanhar o familiar diagnosticado nas consultas médicas e ficar com ele em casa.
O diálogo com o idoso é de igual importância, pois há pessoas que desejam saber os detalhes do seu diagnóstico, outras que após compreenderem um pouco da complexidade decidem não querer mais acompanhar a evolução do seu estágio e então a família terá a responsabilidade de decidir por ele (sem consultá-lo) quaisquer decisões a serem tomadas.
Um profissional é fundamental para retardar a evolução da doença, principalmente neste estágio, é o Terapeuta Ocupacional. Com técnicas e exercícios específicos é possível promover a manutenção da qualidade de vida.
Nesse momento, a doença já evoluiu a ponto da família precisar se preocupar em garantir a segurança física, emocional e financeira do paciente. Pode-se fazer necessária a contratação de tempo integral de um cuidador.
Por aumentar consideravelmente os episódios de esquecimento, a família deve começar a estabelecer novas formas de relacionamento. Nem sempre haverá o reconhecimento por parte do idoso com Alzheimer de todos os familiares que estão próximo dele e saber lidar com isso é importante.
Nessa última fase, quem sofre de Alzheimer já não reconhece as pessoas, pode se tornar agressivo e costuma viver num mundo paralelo por não se comunicar verbal e/ ou visualmente com as pessoas ao seu redor.
Por este motivo, recomenda-se que o idoso com Alzheimer na fase avançada não fique sozinho em nenhum momento, na ausência de um cuidador profissional (por escolha da família ou por ter encerrado o turno de trabalho) algum familiar precisa assumir os cuidados para que a supervisão seja constante.
Não há uma resposta certa ou errada para essa pergunta, cada caso deve ser considerado individualmente. Quando esses episódios estão na fase inicial, normalmente um familiar explica ao idoso que a pessoa que ele está perguntando por ela já faleceu, relembra com ele o dia da sua morte, ele se entristece, mas acaba compreendendo e consegue seguir seu dia normalmente.
Se este paciente mostra um sofrimento acentuado é importante reconsiderar se tal reação foi uma situação isolada ou se a partir daquele momento não é mais recomendado contar a verdade e dar uma desculpa sobre a ausência de determinada pessoa.
Muitas vezes se faz necessário entrar na história do paciente e “imaginar junto com ele” o que está sendo narrado até que o assunto se encerre.
Exatamente pela necessidade individual de cada paciente se faz muito importante as consultas regulares com o geriatra e demais especialidades que estão cuidando do idoso.
Nosso blog tem o objetivo de acolher e informar as famílias que estão nesse momento aprendendo a vencer dia após dia as dificuldades de um idoso com alzheimer.
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